Obra importante para atrair mais investimentos para o município, além de evitar problemas de saúde pública, o processo de canalização e construção de estações de tratamento de esgoto está paralisado novamente. É claro que o principal problema é a crise enfrentada pelo governo federal e os escândalos que envolveram as empreiteiras, inclusive a OAS, que venceu a licitação para executar a obra em Marília. Grande parte dos emissários das bacias do Pombo e do Barbosa já foi feito e o próximo passo seria a construção das estações de tratamento. Já a bacia do Palmital, deveria ter o sistema de tratamento de esgoto implementado em um segundo momento.
Lançada em 2005, a chamada “obra do século” encontrou diversos problemas ao longo dos anos. Inicialmente, a Prefeitura conseguiu um financiamento de R$ 45 milhões junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e quando ainda utilizava parte dos recursos, com a contrapartida do município, a obra acabou paralisada. Irregularidades foram apontadas pelo MPF (Ministério Público Federal), mas a dificuldade da Administração em dar a contrapartida teria sido o principal motivo da paralisação da obra na ocasião. Depois, o Município conseguiu os recursos junto ao Ministério das Cidades, fazendo parte do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). Foram mais de R$ 100 milhões, a fundo perdido, e agora a obra está novamente parada e sem previsão de retomada, tendo em vista a crise política e econômica que o País atravessa, inclusive com a iminência do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para a população fica a sensação de inoperância do Poder Público em geral, diante de tantos impostos arrecadados. É a falta de retorno do governo ficando mais evidente para as pessoas, que acompanham uma arrecadação bilionária, parte dela desperdiçada em escândalos de corrupção – os que são descobertos. Com tanto dinheiro público já repassado para a obra, a população corre o risco de ficar sem esta importante benfeitoria. Uma cidade com 100% de rede coletora e tratamento de esgoto ganha selo ambiental e faz com que empresas priorizem tais localidades na hora de implantar unidades. E além dos benefícios do ponto de vista ambiental, Marília também poderia explorar turisticamente riquezas naturais como os itambés, que despertam o interesse de investidores, que inclusive já andaram sondando os locais, classificados como perfeitos para a instalação de parques e áreas de lazer.
Lamentavelmente, a população terá de esperar pela conclusão da obra que poderia alavancar o desenvolvimento do município e otimizar o potencial econômico de Marília.
Editorial do Jornal da Manhã – 30/07/2015