A reunião realizada ontem pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Merenda, que deveria definir quem deveria ser ouvido nos trabalhos de investigação da Comissão, terminou em bate-boca e sem avanços.
Toda discussão teve início quando o presidente dos trabalhos, o vereador Mário Coraíni, anunciou que pretendia incluir desde já na lista dos que deverão ser ouvidos pela CPI os secretários da Fazenda – cargo atualmente ocupado por Nelson Granciéri – e da Educação – pasta comandada hoje por Rosani Puía de Souza Pereira.
O relator da Comissão, vereador Herval Rosa Seabra discordou da posição de Coraíni, afirmando que o “mais sensato” seria chamá-los para depor somente em um segundo momento das investigações, uma vez que, para ele, o secretário da Fazenda não teria envolvimento direto com o fornecimento da merenda, esquecendo-se que quem assina a ordem de pagamento para a empresa que fornece os alimentos para as escolas municipais de Marília é o responsável pela pasta .
A partir daí, o bate-boca foi instaurado.
Coraíni alegou que se não constasse em ata, desde já, a previsão de convocação desses secretários, temia que mais tarde fosse impedido de convocá-los pelos outro dois membros da CPI.
O terceiro membro da Comissão, vereador Eduardo Gimenes, pediu para que o presidente esperasse que a CPI recebesse os documentos requeridos à Procuradoria da República, Ministério Público e Receitas Estadual e Federal, uma vez que, de acordo com Gimenes, ele não teria tido acesso a nenhum material a respeito do caso. Para ele, só depois de ter os documentos em mãos a comissão deveria decidir quem seria ouvido ou não. “Não quero correr o risco de ser taxado de injusto ou omisso”, justificou Gimenes.
Para Coraíni, a atitude dos outros dois membros da CPI serviria apenas para atrasar as investigações e obstruir os trabalhos da Comissão, impedindo que as irregularidade fossem apuradas. Devido a isso, o presidente pediu ao presidente da Câmara, Yoshio Takaoka, e a Mesa Diretora da Casa, a suspensão dos vereadores Herval e Gimenes da CPI, alegando que o primeiro teria envolvimento político com um dos acusados de corrupção no caso, o ex-prefeito Abelardo Camarinha, por serem do mesmo partido político, e que o segundo estaria procrastinando as investigações.
Em resposta, Herval pediu a suspensão de Coraíni, alegando que o mesmo seria inimigo pessoal de Camarinha.
O bate-boca continuou até que, então, Coraíni deu por encerrada a reunião.
O vereador Herval Rosa Seabra explicou que, mesmo com todos os pedidos de suspensão, a CPI segue seus trabalhos enquanto o presidente da Casa não decidi o destino dos membros da Comissão.
(VM)