O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) e a Polícia Federal realizaram hoje em Marília a “Operação Dízimo”, que teve como alvo o ex-secretário da Fazenda e Chefe de Gabinete do Município, Nelson Virgílio Granciéri, o Nelsinho, afastado por ordem judicial de suas funções desde outubro deste ano devido a acusações de cobrança de propina de fornecedores da Prefeitura.
Em entrevista coletiva, o promotor do Gaeco de Bauru, Neander Sanches, explicou que Nelsinho é suspeito de cometer os crimes de concussão (extorsão cometida por funcionário público), coação de testemunhas e lavagem de dinheiro.
A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão na cidade e um em Bauru.
De acordo com o Gaeco, devido a critérios técnicos, a justiça de Marília não aceitou o pedido de prisão de Granciéri, que não foi encontrado durante a operação para dar explicações.
Mais de 40 policiais federais estiveram envolvidos na apreensão de documento que objetiva a coleta de mais elementos para comprovação das denúncias.
Foram alvo das buscas a Prefeitura Municipal, o Jornal Atualidade e a gráfica que o imprime (localizada em Bauru), a clínica de estética Serena, de propriedade da mulher de Granciéri, três empresas de marketing e as residência de Nelsinho, Maurício Machado, o ‘Palhinha’ (dono do Jornal Atualidades), e André Belizário, assessor de Nelsinho supostamente envolvido no esquema.
PROBLEMAS
Durante a entrevista coletiva, o promotor do Gaeco de Bauru informou que, um dia antes da deflagração da operação, houve vazamento da informação sobre o pedido de busca e apreensão contra Nelsinho.
“A diligência foi muito prejudicada por esse vazamento, mas acredito que conseguimos apreender documentos relevantes para as investigações”, disse Sanches.
O Gaeco ainda não sabe como a informação veio a público antes da deflagração da operação, mas garante que irá apurar os fatos e punir os responsáveis.