Só 5% das leis aprovadas nos últimos quatro anos pelos deputados estaduais paulista têm relevância para os cidadãos

Como no dia 15 de março os deputados eleitos ano passado assumirão seus lugares na Assembleia Legislativa de São Paulo, é hora de analisar o que foi feito nos últimos quatro anos na Casa.

De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, de 2007 a 2010, os deputados estaduais paulistas aprovaram e o governador sancionou 1.786 novas leis. Dessas, 85% (ou 1.535 normas) tratavam de temas como nomeação de espaços públicos e criação de datas comemorativas, ou seja, eram matérias sem relevância. Apenas 90 projetos (5% do total) que se tornaram lei são de autoria de parlamentares e têm a ver com áreas como defesa do consumidor, gestão pública e meio ambiente.

O critério usado pelo jornal para a classificação da importância das leis foi o mesmo usado pela ONG Voto Consciente, que acompanha o desempenho dos parlamentares na Assembleia.

Segundo a análise feita na reportagem, o poder de veto do Executivo foi um fator decisivo para diminuir o impacto das decisões do Legislativo estadual na vida dos paulistas. Durante o governo José Serra/Alberto Goldman (PSDB), 274 normas foram vetadas pelo Executivo e não entraram em vigor, a maioria sob o argumento de que seriam inconstitucionais.

Na atual legislatura, a Assembleia custou ao Estado R$ 2,4 bilhões. No fim do ano passado, seguindo os passos do Congresso, os deputados estaduais elevaram seus salários em 61% e passaram a receber R$ 20 mil reais mensais. Se somarmos a verba indenizatória e aos salários extras, cada parlamentar paulista custa R$ 547 mil por ano.

Em entrevista ao Estadão, Sônia de Barros, diretora da Voto Consciente, diz considerar a baixa produtividade dos parlamentares paulistas “um absurdo” pois, se dividirmos o o orçamento da Assembleia pelo número de leis com algum mérito, notaremos que cada projeto relevante custou R$ 6.077.

(VM)